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Bombardear Marte Com Bombas Termonucleares Poderia Torná-lo Habitável?

Bombardear Marte Com Bombas Termonucleares Poderia Torná-lo Habitável?



Após a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria, a humanidade está um tanto quanto cautelosa sobre o poder destrutivo da bomba nuclear, porém um dos mais conhecidos empresários do mundo acredita que a tecnologia poderia ser usada para fazer o planeta Marte bem mais hospitaleiro.
Após a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria, a humanidade está um tanto quanto cautelosa sobre o poder destrutivo da bomba nuclear, porém um dos mais conhecidos empresários do mundo acredita que a tecnologia poderia ser usada para fazer o planeta Marte bem mais hospitaleiro.

Elon Musk cogitou a hipótese de que Marte poderia ser aquecido rapidamente, bombardeando-o com armas nucleares sobre os seus polos, e ainda disse que gostaria de visitar o planeta vermelho um dia. Vamos saber mais sobre esse assunto e o porquê isso poderia dar certo ou muito errado?
A SpaceX é uma empresa de transporte espacial dos Estados Unidos, sediada em Hawthorne, na Califórnia, fundada em 2002 por Elon Musk, cofundador da PayPal, que por sua vez concorda que Marte seria um lugar inóspito para chamar de casa na situação que se encontra hoje.
A atmosfera de Marte é composta por 96% de dióxido de carbono e menos de 1% de oxigênio, ou seja, qualquer ser humano que colocar os pés em Marte terá que usar um traje espacial a todo instante.
Eles também terão que lidar com a sua gravidade, que é 63% menor do que na Terra. Por exemplo, se alguém pesa 45kg aqui na Terra, em Marte pesaria por volta de 17kg. Além disso a temperatura média do planeta vermelho é de -62°C, com mínimas chegando a -176°C.

Apesar dessas condições adversas, Elon Musk participou de um programa recente de entrevistas da emissora de TV americana CBS, chamado "Late Show with Stephen Colbert", na última quarta-feira a noite (9), no qual ele disse que Marte é um "planeta que precisa de reparos", e poderia se tornar como a Terra se fosse mais quente.

Ele explicou que isso poderia ser conseguido lentamente, com a liberação gradual dos gases do efeito estufa, para fazer um processo tal como o aquecimento global na Terra ou então mais rapidamente, usando bombas nucleares, visto que as armas nucleares emitem grandes quantidades de radiação térmica, tal como luz visível, infravermelha e ultravioleta. Na Terra, elas podem causar queimaduras, lesões nos olhos e incêndios, mas os efeitos podem ser diferentes em Marte.

"Primeiramente, você vai ter que viver em cúpulas transparentes, mas, eventualmente, você pode transformar Marte em um planeta semelhante à Terra. Você pode aquecê-lo", disse Elon Musk.
"O aquecimento pode acontecer rapidamente ou lentamente", acrescentou.
"A maneira rápida? Jogar armas termonucleares sobre os pólos", completou. O entrevistador Stephen Colbert ainda brincou dizendo que Elon Musk era um supervilão.


De acordo com a teoria incipiente de Elon Musk, deveríamos levar em consideração que o calor gerado seria entre 35 a 45% da energia liberada pela explosão, o que significa uma enorme quantidade de calor gerada de forma incrivelmente rápida. Isso então poderia ser aproveitado para aquecer a atmosfera marciana.

Ele também disse que sua empresa, a Space Exploration Technologies, ou simplesmente SpaceX, será capaz de transportar astronautas para a Estação Espacial Internacional (ISS) em dois ou três anos. Atualmente, a SpaceX realiza apenas o transporte de carga para a ISS. Assista a este trecho da entrevista (em inglês):





Tudo isso diz a respeito da corrida para enviar pessoas, em uma viagem de 225 milhões de quilômetros até Marte, e potencialmente colonizar o planeta vermelho.
Charles Bolden, administrador da NASA, acredita que a colonização de Marte é essencial para garantir a sobrevivência de nossa espécie. "É importante para a preservação da espécie, e quero me assegurar de que minhas netas e tataranetas, tenham a oportunidade de ir para lá", declarou Charles Bolden algum tempo atrás.

O próprio presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, previu em 2010 que uma missão tripulada a Marte irá acontecer em meados de 2030, no entanto, até então ninguém mais havia sugerido uma atitude tão audaciosa quanto esta em termos de geoengenharia em âmbito planetário.
Esse assunto agitou e muito as redes sociais americanas desde a noite quarta-feira, mas vamos tentar mostrar um pouco mais a seguir sobre as razões pelas quais isso poderia dar certo e outras pelas quais isso poderia dar muito errado.

Por que isso poderia funcionar?

Até agora, por mais que existam teorias conspiratórias sobre vida em Marte, o mesmo aparenta ser seco, um planeta morto. Entretanto, suas calotas polares contêm partes iguais de água e dióxido de carbono.

As armas nucleares poderiam ser utilizadas para vaporizá-los, liberando estes materiais para a atmosfera. Uma vez que a atmosfera fosse espessa o suficiente, o efeito estufa iria começar: a energia do sol, absorvida pelo planeta e liberada na forma de radiação infravermelha, seria então aprisionada.

Isso iria fazer com que o planeta continuasse sendo aquecido, liberando mais dióxido de carbono, e dando início a uma reação em cadeia, até que, eventualmente, a pressão de superfície de Marte iria aumentar o suficiente para que então pudesse existir água em estado líquido, o que torna muito mais habitável para plantas que produzam oxigênio.

"Você poderia começar a transformar Marte a partir de um planeta vermelho em um planeta verde", disse Michael Sara, curador do Departamento de Astrofísica do Museu Americano de História Natural, em entrevista a NBC News.


As armas nucleares não são a única maneira que os seres humanos poderiam derreter as calotas polares do planeta vermelho. Shara ofereceu algumas alternativas, tais como encontrar uma maneira de orientar asteroides para que fossem em direção aos polos de Marte ou cobrindo os pólos em uma fina camada de poeira negra para absorver a luz solar e aquecê-los.

Entretanto, muitas ideias envolvem transportar equipamentos pesados para Marte, o que seria muito caro. Armas nucleares são bem compactas e imensamente poderosas. Oferecem uma explosão significativa em relação ao seu investimento.

Shara disse que de qualquer forma o uso de armas nucleares pode não ser a melhor opção em termos de relações públicas, tanto com a própria população quanto a imprensa mundial. Porém as armas termonucleares modernas podem ser projetadas para minimizar o impacto em relação a preciptação radioativa posterior a detonação, e não representariam muito perigo após alguns séculos de terem atingido o planeta. 

"Poderia ser necessário disparar milhares delas ao longo das décadas para iniciar o efeito estufa. Depois disso poderia demorar apenas alguns séculos para que as pessoas começassem a comprar casas de férias em Marte", disse Shara.

Por que isso poderia não funcionar?

"A princípio é uma ideia inteligente", disse Shara. "Não acredito que alguém tenha tanto conhecimento assim de física, de forma tão minuciosa, para dizer se realmente funcionaria ou não", completou.
Mesmo as mais avançadas simulações de computador teriam dificuldade em prever as conseqüências de começar um efeito estufa. Gary King, um microbiologista da Universidade Estadual de Louisiana, nos Estados Unidos, acredita que bombardear Marte seria algo imprudente.

"A formação da nuvens poderia ter um efeito negativo, por exemplo, no resfriamento de Marte, em vez de aquecê-lo", disse Gary King em entrevista a NBC News.

"Além disso, há questões éticas a serem consideradas, especialmente uma vez que ainda não tenham explorado completamente o planeta. Seria bom saber que não há microorganismos que restaram de um período anterior, ainda existente no gelo. As chances não são altas, mas ninguém também pode dizer que seja zero", completou. 

Gary King prefere uma abordagem diferente, que consistiria no envio de microorganismos mais resistentes, modificados geneticamente, até Marte para transformar sua atmosfera, preparando assim o terreno para formas mais avançadas de vida.

Em parte essa opinião é compartilhada por Michael Mann, diretor do Centro de Ciências da Terra, da Universidade Estadual da Pensilvânia, ao apontar que ao invés de aquecer Marte, as explosões poderiam causar um inverno nuclear.

"Você acaba gerando tantas partículas e poeira, que elas literalmente bloqueiam uma parte significativa da luz solar que é recebida, consequentemente esfriando o planeta", disse Mann.
Quem não gostou muito dessa história foi a NASA, que deu uma declaração para o jornal "Los Angeles Times", meio que tentando se impor a respeito da exploração espacial americana.

"Também estamos empenhados em promover a exploração do sistema solar, de uma forma que proteja os ambientes explorados da maneira como existam em seu estado natural", declarou a NASA.

Estaríamos Chamando Muita Atenção no Universo?

Uma certa teoria diz que se houver vida inteligente em alguma parte do universo, alienígena, provavelmente, teria desenvolvido a mesma tecnologia que nós, incluindo armas nucleares. Assim como na Terra, eles poderiam usá-las para causar a sua própria morte.

Um grupo de físicos tem estudado as diversas maneiras em que tais civilizações alienígenas poderiam se destruir e estabeleceram que os sinais desta destruição seriam visíveis usando telescópios na Terra.


Para cada cenário, os físicos da Universidade de Aberta, da Universidade de Edimburgo, da Universidade de St. Andrews e Universidade de Cornell, detalharam os tipos de sinais que seriam emitidos para a atmosfera e a probabilidade desses sinais serem captados com a tecnologia na Terra.
Eles acreditam que essa abordagem seja a melhor chance de encontrar qualquer evidência de vida inteligente fora da Terra. Por exemplo, os pesquisadores explicaram que as armas nucleares produzem uma curta e intensa explosão de radiação gama com uma certa característica chamada de "pico de escape duplo".

Estes flashes podem ser detectados utilizando as mesmas técnicas usadas para detectar explosões de raios gama de outros eventos estelares. Quando os raios gama colidem com a atmosfera superior da Terra, eles emitem uma fraca luz azul, e os astrônomos usam isso para traçar os raios de volta à sua origem.

Se considerarmos esse mesmo princípio, quanto mais armas nucleares forem usadas, principalmente em planetas próximos, maior a chance de chamarmos a atenção, possivelmente de outras raças, que também dispõe da mesma tecnologia. A questão se tornará apenas saber se teremos então suporte ou então se seremos dizimados.

Conteúdo copiado do Blog Assombrado.com

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