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FOLCLORE BRASILEIRO | A VERDADEIRA HISTÓRIA POR TRÁS DAS LENDAS EP-1

 

    Nem todo mundo aceita, mas o folclore brasileiro é muito rico em lendas, com histórias incríveis e até com criaturas aterrorizantes. Existe tantas lendas aqui no Brasil como em qual quer outro lugar do mundo. Vou tentar listar aqui, todas as lendas do folclore brasileiro, dos mais conhecidos aos mais aterrorizantes e até mesmo, bizarros, por fim, tentar resolver o mistério de como surgiu cada uma delas.


SACI-PERERÊ


    O saci-pererê é um ser mítico que habita as florestas e tem como grande característica o fato de ser travesso e pregar peças nas pessoas. Ele é um ser pequeno, com cerca de meio metro de altura, embora existam versões da lenda que falem que ele pode chegar a ter três metros de altura, é conhecido por ser muito travesso, fazer tranças em clina dos cavalos, comer todos doces da casa. Conta-se que o saci costuma sugar o sangue dos cavalos, além de amedrontá-los durante a noite.

    Saci também costuma incomodar os viajantes que encontra pela estrada. Ele assovia um som bem estridente que atormenta-os e deixa-os incomodados por não saberem de onde e de quem vem tal som.

    A lenda conta, é possível capturar o saci. Para isso, basta lançar um certo tipo de peneira no meio do redemoinho. Aquele que captura o saci deve retirar o gorro de sua cabeça para que ele perca seus poderes sobrenaturais. O último ato é aprisioná-lo em uma garrafa com uma cruz desenhada nela. O objetivo dessa é impedir sua fuga. Vale lembrar que existe muitos Saci espalhado pelo Brasil.



A ORIGEM DO SACI

    Originária nas tribos indígenas do sul do Brasil, a lenda do Saci-pererê existe desde fins dos tempos coloniais. O termo “Saci" é oriundo do termo tupi sa'si que representa o nome de um pássaro. Esse pássaro é conhecido pelos nomes “Saci”, “Matimpererê” ou “Martim-pererê”, em tupi: matintape're. Ela é contada em todas as regiões brasileiras e, por isso, a estória modifica-se conforme o local. Em alguns lugares esse personagem possui nomes diferentes como: Saci-Cererê, Matimpererê, Matita Perê, Saci-Saçurá e Saci-Trique. Inicialmente, o Saci era retratado como um personagem negro e endiabrado, que possuía duas pernas e um rabo.

    A partir da influência africana, ele perde a perna lutando capoeira e adquire o hábito de fumar o pito, ou seja, o cachimbo. O gorrinho vermelho do Saci-pererê, por sua vez, advém do folclore do norte de Portugal. Era utilizado pelo lendário Trasgo que possuía poderes sobrenaturais. O Saci, com certeza está entre os mais famosos. A lenda do Saci surgiu na região Sul e foi influenciada por elementos das culturas africana e indígena. A figura ficou conhecida nacionalmente por influência da obra de Monteiro Lobato, pai da literatura infantil do Brasil.




CURUPIRA

    O Curupira é descrito como um anão muito forte e rápido, seu cabelo é vermelho alaranjado quase da cor de um fogo ardente, característica são os pé virados para trás, assim, ao caminhar, o curupira consegue enganar alguém que pretenda segui-lo olhando para suas pegadas. O perseguidor pensará sempre que ele foi na direção contrária, muito respeitado por ser o protetor das matas e dos animais.

    O Curupira, conhecido também como Demônio da Floresta, assobia e utiliza falsos sinais, ele reúne muitas histórias que envolvem mistérios inexplicáveis, por exemplo, o desaparecimento de caçadores, bem como o esquecimento dos caminhos, dizem que com seus pés virados para t



rás, o Curupira engana e confunde as pessoas que danificam seu habitat, por exemplo, os caçadores, madeireiros, lenhadores, etc.

    Esse personagem folclórico, que adora fumar e beber pinga, não gosta de locais muito habitados e, por esse motivo, prefere viver nas florestas, uma outra característica e, talvez o ponto fraco do Curupira, é a sua curiosidade. Assim, a lenda adverte que para escapar de suas armadilhas, a pessoa deve fazer um novelo com cipó e esconder bem a ponta. Muito curioso, ele fica entretido com o novelo e a pessoa consegue fugir. Até os dias atuais, para que não sejam incomodados pelo Curupira, muitos caçadores e lenhadores costumam oferecer-lhe pinga e fumo quando chegam à floresta.



A ORIGEM DO CURUPIRA

    Há controvérsias sobre a data de criação da lenda do Curupira. Contudo, o padre jesuíta espanhol José de Anchieta (1534-1597) escreveu sobre o personagem no XVI, denominando-o como “demônio que acometem os índios”. Para os índios e os bandeirantes, o Curupira era considerado uma criatura perigosa, demoníaca, maliciosa, muito temida, isso porque esse personagem esteve associado a muitos casos de violência, abusos sexuais, rapto de crianças e horror psicológico.

    Capaz de enfeitiçar as crianças, o Curupira as raptava e somente depois de sete anos elas eram devolvidas aos pais. Por isso, ele ficou conhecido como o mau espírito, disposto a assombrar as noites dos índios e dos bandeirantes.


    CUCA

    Trata-se de uma bruxa velha com aparência assustadora que possui cabeça de jacaré e unhas imensas. Dona de uma voz assustadora, a Cuca rapta as crianças desobedientes. Reza a lenda que a bruxa Cuca dorme uma vez a cada sete anos. Por isso, os pais tentam convencer as crianças a dormirem nas horas corretas pois, do contrário, serão levadas pela Cuca.

A ORIGEM DA CUCA

    Acredita-se que a Lenda da Cuca tenha origem no folclore galego-português baseada na criatura "Coca", que significa "crânio, cabeça". A "Coca" é um fantasma ou um dragão comedor de crianças que fica à espreita nos telhados das casas, e as rapta para comer suas cabeças. 

    A figura da Cuca no Brasil está associada à descrição feita por Monteiro Lobato (1882-1948) na obra “Sítio do Pica Pau Amarelo”. Transmitida pela rede Globo, a obra literária foi posteriormente adaptada para a televisão, nessa versão televisiva, a Cuca é um jacaré com cabelos amarelos e que vive numa caverna, onde faz poções mágicas, Interessante notar que nesse contexto, ela colabora com o Saci-Pererê, um dos personagens mais emblemáticos do folclore brasileiro.

    Existe algumas musicas de "ninar" como o nome da Cuca:

Nana neném

“Nana neném que a Cuca vem pegar,

papai foi pra roça, mamãe foi trabalhar.

Bicho-papão, saia do telhado,

deixe a/o (nome) dormir sossegada/o”


Além desta, o compositor e cantor Dorival Caymmi (1914-2008) fez uma canção inspirada nessa personagem do folclore:


A Cuca Te Pega (trechos)

“Cuidado com a Cuca que a Cuca te pega

E pega daqui e pega de lá

Cuidado com a Cuca que a Cuca te pega

E pega daqui e pega de lá


A Cuca á malvada e se fica irritada

A Cuca é zangada, cuidado com ela

A Cuca é matreira e se fica zangada

A Cuca é danada, cuidado com ela”





IARA

    É uma sereia (metade mulher, metade peixe) que vive nas águas amazônicas. Muitas vezes, a figura de Iara é confundida com o orixá africano Iemanjá, a rainha do mar, com longos cabelos pretos e olhos castanhos, a sereia Iara emite uma melodia que atrai os homens, os quais ficam rendidos e hipnotizados com seu canto e sua voz doce. Acredita-se que se o homem consegue escapar dos encantos de Iara ele fica louco, num estado de torpor e somente um pajé poderá curá-lo.

ORIGEM DA IARA

   A Lenda da Iara, também conhecida como Lenda da Mãe d’água, faz parte do folclore brasileiro. Trata-se de uma lenda folclórica de origem indígena, oriunda da região amazônica, apesar de ser originária dessa região, a Lenda da Iara é conhecida em todo Brasil, Iara ou Yara, do indígena Iuara, significa “aquela que mora nas águas”.
    Dependendo da região brasileira, a representação da índia pode diferir, por exemplo, na cor dos olhos e dos seus cabelos, que ora são escuros, ora são claros. Reza a lenda que a Iara era uma corajosa guerreira dona de uma beleza invejável. Por esse motivo, os irmãos sentiam inveja dela e resolvem matá-la. Todavia, no momento do combate, pelo fato de possuir habilidades guerreiras, Iara consegue inverter a situação e acaba matando seus irmãos.
Diante disso, com muito medo da punição de seu pai, o pajé da tribo, Iara resolve fugir, mas seu pai consegue encontrá-la. Como castigo pela morte dos irmãos, ele resolve lançá-la ao rio.
    Os peixes do rio resolvem salvar a bela jovem transformando-a na sereia Iara. Desde então, Iara habita os rios amazônicos conquistando homens e depois levando-os ao fundo do rio, os quais morrem afogados.



MULA SEM-CABEÇA

    A mula sem cabeça é um personagem do folclore brasileiro e um dos mais conhecidos mitos do Brasil. A lenda da mula sem cabeça conta a história de uma burrinha de cor preta ou marrom, que em lugar da cabeça tem uma tocha de fogo, a burrinha possui ferraduras de aço ou prata e relincha tão alto que se ouve a muitos metros de distância. Também é comum ouvir o animal soluçando como um ser humano. Diz-se que a mula costuma correr pelas matas e campos assustando pessoas e animais.

    Existem diferentes versões para a origem da mula sem cabeça, uma delas afirma que toda mulher que mantivesse ligações amorosas com um padre, seria castigada e transformada em mula sem cabeça, de cunho moral e religioso, essa lenda tinha como objetivo intimidar as mulheres que cogitavam manter um relacionamento amoroso com os sacerdotes da Igreja Católica. Segundo a narrativa, o encantamento acontecia nas noites de quinta-feira, quando a mulher era transformada em mula sem cabeça, ela lançava fogo pelo pescoço e corria em disparada pelas matas e pelos campos. Com as patas, despedaçava os animais e as pessoas que surgissem em sua frente.
    
    O encantamento desaparecia no terceiro cantar do galo. Nesse momento, a mulher voltava à sua normalidade, geralmente exausta e ferida, para acabar de vez com o encantamento que recaía sobre a pecadora, alguém deveria arrancar os freios da mula ou furá-la com algum objeto pontiagudo a fim de tirar-lhe sangue, mesmo que fosse apenas uma gota.

    O encantamento também poderia ser tirado pelo padre (o amante), que deveria amaldiçoá-la sete vezes antes de celebrar as missas.

ORIGEM DA MULA SEM-CABEÇA

    A lenda provavelmente teve sua origem nos povos da Península Ibérica e foi trazida para a América pelos portugueses e espanhóis, no Brasil, a lenda se espalhou pela área rural, pela zona canavieira do Nordeste e pelo interior do Sudeste do país.
    No folclore mexicano, a lenda da mula sem cabeça é conhecida como Malora. Na Argentina, ficou conhecida com o nome de Almamula, podendo também ser chamada de Mula Ánima, Tatá Cuñá ou Mula Frailera.



BOTO COR-DE-ROSA

    Reza a lenda que o boto cor-de-rosa, animal inteligente e semelhante ao golfinho que vive nas águas amazônicas, se transforma num jovem belo e elegante nas noites de lua cheia, normalmente ele aparece nas festividades de junho, nas comemorações dos Santos Populares (Santo Antônio, São João e São Pedro), as chamadas Festas Juninas, vem vestido de branco e com um grande chapéu a fim de esconder suas narinas, pois sua transformação não ocorre totalmente.

    Dono de um estilo comunicativo, galã e conquistador, o boto escolhe a moça solteira mais bonita da festa e a leva para o fundo do rio. Lá a engravida e depois a abandona,  na manhã seguinte ele se transforma em boto novamente. Por esse motivo, a Lenda do Boto é utilizada muitas vezes para justificar uma gravidez fora do casamento.

Ademais, costuma-se dizer que “a criança é filho do boto” quando é filho de pai desconhecido.

ORIGEM DO BOTO COR-DE-ROSA

    A Lenda do Boto cor-de-rosa, ou simplesmente a Lenda do Boto, é uma lenda de origem indígena que faz parte do folclore brasileiro. Ela surge na região amazônica, no Norte do País.
    Uma maneira de confirmar se os homens presentes na festa não são o boto é retirando os seus chapéus a fim de atestarem as identidades.

Na cultura popular amazônica acredita-se que a pessoa que comer a carne de boto ficará louca e enfeitiçada.




CORPO SECO

    O Bradador  também conhecido como corpo seco, é uma alma penada que vive nos campos da região centro-sul do Brasil.
    Diz a lenda que o Bradador foi enterrado, mas como não havia pagado todos os seus pecados, a terra o devolveu, assim, a múmia, ou este espírito que habita um corpo seco, sai vagando pelos matos todas as sextas-feiras, após a meia-noite.
  
    Em outra versão da lenda diz: Aquele que bateu em seus pais ou os maltratou muito em vida, ao morrer, não terá descanso. O céu e o inferno o rejeitam, a terra o cospe e os vermes se recusam a comer o corpo, que seca.

O amaldiçoado vagará pelo mundo (com sede de sangue, em algumas lendas), atormentando os mortais nas estradas e cemitérios, sem nunca ter paz.
Testemunhas dizem que os berros parecem de uma pessoa agonizando, outras o descrevem mais como lamentos, seguidos de forte brados, daí o nome.

Para que a terra o aceite de volta, ele terá que encontrar por sete vezes uma moça de nome Maria e assim ele poderá descansar em paz. O problema é achar quem tenha coragem o suficiente para superar o medo dos terríveis gritos do Bradador.

Seguindo os mesmos passos do folclore em torno ao Bradador, na região do rio das Mortes, em São Paulo, é possível ouvir o Bicho Barulhento. Aquela região era rica em ouro e conta-se que 40 mineradores se mataram uns aos outros devido à cobiça. Desde então, durante à noite, se escutam gritos naquela zona.


ORIGEM O CORPO SECO

    A história do Bradador remete às histórias contadas por viajantes solitários e cansados pelo sertão do Brasil. Com fome, frio e fadiga, o passante escutava e via desde criaturas fantásticas como a Mula sem Cabeça ao ouvir os berros do Bradador.


Por enquanto é isso meu povo! Semana que vem tem mais Folclore.

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1 comentários

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